Ah, se você soubesse o que o tomate e o morango levam na produção convencional, só comeria orgânicos
fevereiro 13, 2025 0 Comentário(s)

Ah, se você soubesse o que o tomate e o morango levam na produção convencional, só comeria orgânicos

Quando você escolhe um tomate vermelho e brilhante ou um morango graúdo e suculento no mercado, acredita estar levando para casa alimentos saudáveis e frescos. No entanto, o que muitos consumidores não sabem é que esses produtos da agricultura convencional carregam um histórico preocupante de contaminação por agrotóxicos.

Os dados oficiais não deixam dúvidas. O Mapa de Resíduos de Agrotóxicos da Anvisa e o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), conduzidos com rigor científico e atualizados periodicamente, demonstram que tomate e morango estão frequentemente entre os alimentos mais contaminados por resíduos de agrotóxicos.

Neste artigo, você vai entender quais são as substâncias químicas mais usadas nessas culturas, como elas afetam sua saúde e o meio ambiente e por que a produção orgânica certificada é a alternativa mais segura para quem valoriza qualidade de vida e sustentabilidade.

Tomate e Morango: Alimentos com Alto Risco de Contaminação por Agrotóxicos

O Brasil está entre os maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. De acordo com as análises da Anvisa, o morango é um dos campeões de resíduos de agrotóxicos acima do limite permitido. O relatório do PARA revela que 64% das amostras de morango testadas continham resíduos proibidos para essa cultura ou em quantidades acima do limite de segurança.

O tomate também apresenta níveis alarmantes de contaminação. Em algumas análises do programa, mais de 80% das amostras de tomate continham resíduos químicos, sendo que muitos deles não eram autorizados para essa cultura ou estavam acima do limite seguro.

Os resíduos de agrotóxicos nos alimentos representam um problema sério, pois muitos deles possuem efeitos acumulativos no organismo humano e no meio ambiente. Mesmo respeitando os períodos de carência indicados na bula dos produtos, muitos agrotóxicos deixam resíduos persistentes que podem ser consumidos pela população diariamente.

Os 10 Agrotóxicos Mais Utilizados no Tomate e no Morango Convencionais

1. Acefato

  • O que é? Inseticida sistêmico usado contra pulgões e tripes.
  • Tempo de carência: 7 a 21 dias antes da colheita.
  • Impactos na saúde: Possível cancerígeno, associado a danos neurológicos e respiratórios (IARC).
  • Impactos ambientais: Contaminação do solo e lençóis freáticos, alta toxicidade para abelhas.

2. Clorpirifós

  • O que é? Inseticida organofosforado utilizado contra lagartas.
  • Tempo de carência: 14 a 21 dias.
  • Impactos na saúde: Ligado a déficit cognitivo em crianças e distúrbios neurológicos (Environmental Health Perspectives).
  • Impactos ambientais: Pode se espalhar pelo ar e afetar ecossistemas próximos.

3. Mancozebe

  • O que é? Fungicida amplamente utilizado para evitar doenças fúngicas.
  • Tempo de carência: 14 dias.
  • Impactos na saúde: Pode causar distúrbios hormonais e problemas reprodutivos (EPA).
  • Impactos ambientais: Contamina águas superficiais e lençóis freáticos.

4. Glifosato

  • O que é? Herbicida usado para controle de ervas daninhas.
  • Tempo de carência: Variável, mas resíduos persistem no solo.
  • Impactos na saúde: Provavelmente cancerígeno, pode causar danos hormonais e hepáticos (IARC).
  • Impactos ambientais: Alto potencial de contaminação do solo e da água.

5. Carbaril

  • O que é? Inseticida usado para controle de pragas.
  • Tempo de carência: 7 dias.
  • Impactos na saúde: Associado a reações alérgicas e neurotoxinas.
  • Impactos ambientais: Altamente tóxico para organismos aquáticos.

6. Diquat

  • O que é? Herbicida dessecante.
  • Tempo de carência: 3 dias.
  • Impactos na saúde: Ligado a problemas pulmonares e dermatológicos.
  • Impactos ambientais: Contaminação da água.

7. Lambda-Cialotrina

  • O que é? Inseticida usado contra lagartas.
  • Tempo de carência: 10 dias.
  • Impactos na saúde: Pode causar intoxicação aguda.
  • Impactos ambientais: Tóxico para peixes e polinizadores.

8. Tebuconazol

  • O que é? Fungicida sistêmico.
  • Tempo de carência: 14 dias.
  • Impactos na saúde: Potencial disruptor endócrino.
  • Impactos ambientais: Acumulação no solo e água.

9. Atrazina

  • O que é? Herbicida para controle de ervas daninhas.
  • Tempo de carência: 21 dias.
  • Impactos na saúde: Ligado a problemas hormonais e infertilidade.
  • Impactos ambientais: Contamina rios e lagos.

10. Endossulfam

  • O que é? Inseticida organoclorado.
  • Tempo de carência: 15 dias.
  • Impactos na saúde: Potencial neurotóxico.
  • Impactos ambientais: Persistente no ambiente e altamente tóxico.

O Problema do Resíduo nos Alimentos

Os tempos de carência dos agrotóxicos são estipulados para que os resíduos se reduzam a níveis considerados “seguros” antes da colheita. No entanto, diversos estudos demonstram que os resíduos frequentemente ultrapassam os limites aceitáveis, especialmente quando há aplicações excessivas, misturas inadequadas de diferentes produtos e falhas no cumprimento das recomendações técnicas.

De fato, os agricultores convencionais enfrentam diversas dificuldades para aplicar os agrotóxicos de maneira correta e segura. As bulas dos produtos costumam ser extremamente complexas, exigindo um nível de conhecimento técnico que muitos agricultores não possuem, além de equipamentos de proteção e instrumentos de medição que são inacessíveis para a maioria. Soma-se a isso a escassez de mão de obra no campo e a falta de fiscalização eficiente, o que favorece o uso inadequado dessas substâncias.

Além disso, dentro da lógica econômica do mercado, muitos agricultores adquirem seus defensivos diretamente em casas agrícolas, que não apenas vendem os produtos, mas também emitem os receituários agronômicos necessários para a compra. Como essas empresas têm interesse direto no volume de vendas, a recomendação do uso de agrotóxicos por vezes pode ser influenciada por interesses comerciais, incentivando mesmo que de maneira não diretamente intencional a aplicações excessivas e indiscriminadas de agrotóxicos, sem oferecer ao agricultor a devida informação e assistência técnica para uso dos produtos.

Outro fator preocupante é a pressão econômica e mercadológica que recai sobre os agricultores, levando muitos, no desespero por pagarem suas contas, a desrespeitarem os períodos de carência, que determinam a não colheita e até a proibição do manuseio das culturas tratadas com agrotóxicos. Em um mercado que exige alta produtividade e produtos visualmente impecáveis, não são raros os casos em que alimentos contaminados são comercializados, colocando em risco a saúde tanto de quem os consome quanto de quem os manuseia diariamente.

Diante desse cenário, o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos da Anvisa (PARA), as pesquisas conduzidas pela própria Anvisa e os esforços do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) têm buscado estabelecer regulamentos e mecanismos de controle sobre o uso de agrotóxicos no Brasil. Criado em 2001, o PARA tem como objetivo monitorar a presença de resíduos de agrotóxicos em alimentos consumidos pela população, oferecendo um diagnóstico detalhado da qualidade dos produtos disponíveis no mercado.

Os dados levantados pelo PARA são extremamente alarmantes, para nós que temos a sensibilidade da extensão do dano potencial à saúde das pessoas, são dados de fato desesperadores. Em diversas análises ao longo dos anos, o PARA revelou que uma grande parcela dos alimentos testados apresenta resíduos de agrotóxicos acima dos limites aceitáveis ou substâncias proibidas para determinadas culturas. A gravidade dessas descobertas deveria, em um país comprometido com a saúde alimentar da população, motivar políticas públicas rigorosas para mitigar os riscos. No entanto, o que se observa é um cenário de negligência e, pior ainda, retrocessos regulatórios, com a aprovação contínua de novos agrotóxicos, muitos dos quais já banidos em diversos países devido aos seus efeitos comprovadamente nocivos.

Além do alto índice de resíduos nos alimentos convencionais hoje presentes na mesa dos brasileiros, outro problema crítico identificado pelo PARA e por diversos estudos científicos é que as medidas caseiras de higienização, acreditadas por muitos como capazes de "limpar potenciais resíduos", são de fato ineficientes para eliminar completamente os agrotóxicos. Lavar os alimentos com água corrente, deixá-los de molho em solução sanitizante, remover a casca ou até mesmo cozinhá-los não garante a remoção dos resíduos químicos, pois muitos agrotóxicos são sistêmicos, ou seja, penetram nos tecidos dos vegetais durante o cultivo.

Dessa forma, o consumidor brasileiro se vê exposto a substâncias potencialmente tóxicas em quantidades alarmantes em seu dia a dia, sem que haja transparência suficiente sobre os riscos e sem que sejam implementadas políticas eficazes para reduzir a contaminação dos alimentos. Nesse quadro, infelizmente, o Morango e o Tomate convencional ocupam uma posição de destaque negativo, dentre as culturas que são mais afetadas pelo uso indiscriminado dos agrotóxicos no Brasil.

A Produção Orgânica Como Alternativa Segura

A agricultura orgânica certificada é uma alternativa viável e sustentável, baseada em práticas que não utilizam agrotóxicos sintéticos. Os produtores orgânicos utilizam defensivos naturais, como extratos vegetais e controle biológico naturais, que em sua quase totalidade não exigem carência, ou possuem carência de horas, e não de dias, reduzindo drasticamente os riscos à saúde.

A certificação orgânica impõe auditorias frequentes na produção, testes de resíduos e controle de rastreabilidade rigoroso da produção até a comercialização dos produtos orgânicos, impondo penas duras aos produtores que descumprem as normas, garantindo a segurança alimentar do consumidor, de quem trabalha a terra e do meio ambiente, saiba mais sobre a certificação orgânica acompanhando nossas publicações.

MercadoOrganico.com é um mercado 100% orgânico, isso significa que nossos orgânicos não dividem espaço com alimentos convencionais, potencialmente contaminados, desde a produção até sua mesa. Aqui você encontra tomates e morangos orgânicos certificados, livres de resíduos químicos e cultivados com respeito à sua saúde e ao meio ambiente.

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